Na UTI, 99,4% dos internados em julho não foram vacinados
Publicado em 19/07/2021
Editoria: Cidade
Até pouco mais da metade deste mês, julho, cerca de 99,4% dos pacientes internados em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com sintomas de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) não tinham sido imunizados com duas doses, ou dose única, de vacina contra a covid-19.
Atualmente, de 60 internações registradas pelo Ministério da Saúde, apenas quatro pessoas receberam completaram ciclo vacinal e contraíram a doença.
Em relação a todo o ano de 2021, que considera período em que muitas pessoas ainda não tinham sido imunizadas, mais de 5,2 mil sul-mato-grossenses foram internados em leitos de terapia intensiva com SRAG. A maior parte (3,5 mil) não tinha tomado nenhuma dose de vacina, enquanto apenas 299 tinham recebido as duas aplicações.
Outro dado de suma importância é o de pessoas que, tiveram algum quadro mais grave da doença, mas tomaram a segunda dose em tempo adequado.
Apenas 165 pacientes tomaram o reforço do imunizante com pelo menos 15 dias antes do início dos primeiros sintomas confirmados de covid-19, desconsiderando outros fatores que podem ter gerado quadro de SRAG, que pode ser por bactérias, outros vírus, ou fatores não identificados.
Vale lembrar que a OMS (Organização Mundial de Saúde) definiu que alguns imunizantes, como os da Janssen, poderiam exigir 28 dias após a aplicação para que fizessem efeito. Ou seja, esse índice verificado pela reportagem de proteção dos imunizantes pode ser ainda maior.
Desses, ao menos 23 encontram-se recuperados da doença, enquanto os demais podem estar internados ainda ou ter sido vítimas após a internação. No mês passado, o Campo Grande News apurou que, em geral, 97% das mortes por coronavírus foram de pessoas que não tinham se imunizado de forma adequada com as vacinas.
Naquele momento, a imunologista e professora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Inês Tozetti, ressaltou que os efeitos da vacinação só poderão ser identificados precisamente quando houver cerca de 80% da população de um local imunizada totalmente - no momento, em Mato Grosso do Sul, são 28,9%.
Ainda assim, ela comentou que vacinas reduzem formas moderadas e graves da doença, tais como internação ou mortes, como foi previsto nos estudos clínicos feitos pelas fabricantes dos imunizantes.
› FONTE: Campo Grande News