Vereadores lamentam morte de jovem e pedem apoio em luta contra homofobia
Publicado em 14/10/2021
Editoria: Cidade
Camila Jara (PT) e Valdir Gomes (PSD) comentaram morte de dentista, vítima de homofobia na fila da vacina
Vereadores que deram apoio ao cirurgião dentista Gustavo Lima, de 27 anos, quando ele foi vítima de homofobia na fila da vacina, se manifestaram hoje (14), lamentando a morte do rapaz, que lutava contra depressão há anos.
Camila Jara (PT) e Valdir Gomes (PSD) fizeram apelos para que as pessoas não aceitem manifestações de preconceito e que parlamentares façam mais pela luta contra a homofobia e conscientização para que a população aprenda aceitar as diferenças entre as pessoas.
Com a bandeira do arco-íris, que simboliza a luta do movimento LGBTQIA+, nos ombros, Camila disse que a morte de Gustavo representa a perda de mais uma pessoa que se vai depois de ser vítima de homofobia, em um país que mais mata população LGBTQIA+ no mundo.
“O Gustavo foi vítima de homofobia em um momento em que estava contribuindo para a pandemia acabar. Infelizmente, após uma vida carregada de preconceitos, não resistiu e partiu. O que me faz refletir o que nós estamos fazendo com as pessoas que ousam ser diferentes no nosso país”, disse.
Para a vereadora, faltam ainda investimentos em políticas de Estado para conscientizar a população de que o diferente tem que ser aceito na sociedade. “Temos que ter compaixão com o próximo, ter mecanismos que debatam esse tema nas salas de aula, que criem casas de acolhimento para população LGBTQIA+”, disse a petista.
A manifestação de Camila foi como um lamento sobre o fato do apoio dado pelos parlamentares não ter sido suficiente para evitar a morte do jovem.
“Não é possível que nós demos o apoio para o Gustavo aqui nessa Casa e não pensamos ações para que novos suicídios sejam evitados. É nossa responsabilidade, enquanto legisladores, acabar com momentos de preconceito e piadinhas. Por isso, deixo um apelo: juntem-se à luta contra a intolerância e preconceito”, finalizou a vereadora.
Valdir Gomes disse que "o jovem não aguentou a pressão daquele período que foi acusado de viado”.
Ao render homenagem, o vereador buscou passar uma mensagem de força à população que sofre ataques homofóbicos.
“É lamentável em um momento em que se finda a pandemia, há dois dias que Mato Grosso do Sul não tem nenhum óbito, receber essa notícia. Quero dizer às pessoas que não podem se entregar diante dessas situações que são colocadas, tem que ter forças, infelizmente, ele não teve”, lamentou.
Gustavo foi encontrado morto na madrugada desta quinta-feira (14), pelo irmão Adriano Lima, de 34 anos , na casa em que vivia com os pais, no Bairro Rita Vieira. Em agosto deste ano, na fila do drive-thru, uma mulher apontou para ele e disse que não queria que a filha fosse imunizada “por esse tipo de gente, um viado”. Depois disso, a mulher saiu da fila. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
› FONTE: Campo Grande News