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Com 89 pessoas infectadas pela Covid-19, pandemia avança na maior reserva indígena de MS

Publicado em 08/11/2021 Editoria: Saúde


A pandemia do coronavírus segue em escalada crescente nas aldeias de Dourados. Com 89 casos confirmados na maior Reserva Federal de Mato Grosso do Sul, situação coloca autoridades sanitárias em alerta. Com isso, o total de pessoas infectadas chega a 789, conforme dados do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena).
 
Os números levantados pelo Dsei estão no último boletim do órgão, datado de quinta-feira (5), e também mostram que, desde o início da pandemia até agora, o total de mortes entre os indígenas de Dourados subiu para 16. Esse quadro foi agravado nos últimos dias, uma vez que dos três óbitos registrados pela Prefeitura Municipal, dois são de moradores das aldeias.
 
Dentre os polos base da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) existentes em 14 municípios de Mato Grosso do Sul, Dourados lidera o ranking de infectados com 89 casos recentes. Em seguida, aparece Tacuru com 28 e Paranhos com 18.
 
Em termos de total de indígenas infectados desde o início da pandemia até o momento, Aquidauana lidera a lista, com 1.056 casos. Em segundo lugar, está Sidrolândia com 974 e, em terceiro, Miranda com 944. Já o município de Dourados aparece na quarta posição, com 684 casos.
 
Suspensão de aulas
 
No fim de outubro, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) suspendeu as aulas presenciais nas sete escolas municipais indígenas e na Escola Municipal Aurora, que fica no Parque Alvorada, por medida de prevenção e controle da contaminação contra a Covid-19. O secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, demonstrou preocupação com a transmissão da doença dentro das aldeias indígenas. “Há surto do coronavírus dentro das aldeias indígenas de Mato Grosso do Sul. Temos feito esforços, nos colocando à disposição do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) e Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), que é vinculada ao Ministério da Saúde”, disse. 
 
A responsabilidade pela campanha de imunização nas comunidades indígenas é da esfera federal e autoridades de saúde do Estado citam que a situação poderia ter sido evitada se a campanha tivesse seguido o mesmo ritmo da imunização na população em geral. É importante lembrar que apesar dos indígenas serem grupo prioritário no PNI (Programa Nacional de Imunização), a vacinação dos adolescentes das aldeias começou depois do início da imunização dos jovens não indígenas. A vacinação só começou no início de outubro, enquanto os adolescentes em geral de MS começaram a ser imunizados em agosto. 
 
3ª dose para indígenas
 
Para ajudar a conter a contaminação nas aldeias, a Secretaria de Saúde defende a aplicação da 3ª dose em todos os indígenas a partir de 12 anos. Segundo Resende, há presença de surtos de coronavírus em aldeias de Dourados, Tacuru, Paranhos e Japorã. 
 
O secretário ainda comentou que defende a aplicação da 3ª dose em toda a população das aldeias, mas que o Ministério da Saúde e a secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite, não teriam sido favoráveis à proposta. “Eles foram imunizados logo no início, quando só tínhamos a Coronavac, mas já está demonstrando que a Coronavac decai, após o sexto mês, a capacidade de resposta do organismo sensivelmente. Advogo, inclusive, a todos os adolescentes indígenas acima de 12 anos e a todos os grupos etários que a gente possa fazer a dose do reforço”, ressaltou Resende. 


› FONTE: Midiamax