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Policial e ex-patrão são ouvidos durante júri de primos que mataram jovem a enxadadas na Vila Nasser

Publicado em 11/11/2021 Editoria: Cidade


São julgados nesta quinta-feira (11) os três primos Dário Demétrio dos Santos Anastácio, Lucas dos Santos e Marcos André Malheiros da Silva, pelo assassinato de Dener de Oliveira Gomes, no dia 18 de maio de 2019,no Jardim Paradiso. A denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) é por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e ocultação de cadáver.
 
Durante fase da pronúncia, o juiz retirou as qualificadoras para apenas homicídio simples e ocultação de cadáver, mas o MPMS entrou com recuso, que foi acolhido pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), ficando determinado que as qualificadoras devem ser analisadas e votadas pelo júri, em caso de condenação.
 
Duas testemunhas foram arroladas para prestarem depoimento. A primeira, testemunha em comum da defesa e da acusação, foi um investigador da polícia judiciária que atuou no início das investigações. Por videoconferência, ele relatou ter participado apenas do depoimento de Lucas, preso em um assentamento após denúncia anônima de que havia fugido depois do crime.
 
O investigador explicou que Lucas apresentou aos policiais a enxada e a lona utilizadas para matar e arrastar o corpo de Dener. Na época, Lucas negou que tenha praticado o assassinato. Ele estava escondido em uma caixa de máquina de lavar roupas. “Ele [o Lucas] disse que estava junto com os dois primos e ajudou a carregar [o corpo], mas que quando mataram [o Dener] ele tinha ido comprar pinga na conveniência”.
 
Questionado pela defesa de Lucas, o investigador explicou que o corpo de Dener foi deixado a cerca de 200 metros da casa de Dário. Contudo, ele confirmou não ter participado do interrogatório de Dário nem de Marcos, apenas de Lucas. Ainda segundo ele, Lucas “alegou a questão do talarico”.
A motivação do crime teria sido uma suposta relação extraconjugal de Dener com a ex-mulher de Lucas, enquanto este cumpria pena.
 
A segunda testemunha foi o proprietário de um pesqueiro em que Marcos trabalhou — que também foi encontrado no dia de sua prisão. A testemunha foi arrolada pela acusação de Marcos, e explicou conhecer o réu há cerca de 10 anos, quando costumava oferecer ‘bicos’ de conserto de cercas, limpeza de terreno e reparos residenciais no pesqueiro. “Ele [o Marcos] frequentou algumas vezes a minha casa. Soube sair e entrar, inclusive quando estavam minhas filhas e esposa, era uma pessoa de confiança e nunca tive problema”, relatou.
 
Conforme explicado pelo chacareiro, Marcos era “uma pessoa equilibrada, que não respondia &39;bruto&39; para ninguém e não &39;caçava&39; confusão”. O ex-patrão estava em Campo Grande quando Marcos foi preso, e disse não ter ficado sabendo do ocorrido nem pelos noticiários. “Só fui saber quando vizinhos me ligaram e disseram que minha casa tinha ficado aberta, porque ele [o Marcos] estava lá fazendo o telhado e ainda ia fazer a cerca”, finalizou.
 
Relembre o caso
O corpo de Dener de Oliveira Gomes, de 23 anos, foi encontrado por moradores na Rua Cambuí, na Vila Nasser. Consta na denúncia do Ministério Público Estadual que os réus mataram a vítima por motivo torpe com emprego de meio cruel. Na ocasião dos fatos, a vítima estava com o grupo em um bar da região e, após consumirem bebidas alcoólicas, foram para a casa de Dário, onde continuaram a beber. No local, Lucas iniciou uma discussão com Dener, por rixa antiga.
 
O motivo seria porque Lucas alegava que teria sido preso porque o irmão de Dener teria lhe entregado à polícia. Além disso, Lucas alegava que a ex-esposa teve um suposto caso com Dener enquanto ele esteve preso. Por este motivo, Dener passou a ser agredido por Lucas e os demais. Ele chegou a levar golpes de enxada e foi enforcado com um fio de energia.
 
Em seguida, já na madrugada do dia seguinte, o trio teria dispensado o corpo no meio da rua, em outro local, a fim de tentar despistar a polícia. Contudo, eles foram identificados.


› FONTE: midiamax