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Em Aquidauana, enfermeiras ‘tatuam’ nome e coração na sonda de paciente

Publicado em 25/01/2022 Editoria: Cidade


Aposentada brinca que elas “foram carinhosas demais” e usou rede social para dizer que quer conhecer as profissionais
 
“Sou uma quase mãe, quase irmã, quase tudo dele”. É assim que a aposentada Maria de Lourdes Wendt, de 65 anos, define o amor e o convívio com o irmão adotivo, de 46 anos. Internado pela primeira vez após ser diagnosticado com isofagia, que é a perda gradual dos movimentos da deglutição, Nikinho, como é chamado pela família, recebeu muito carinho no hospital e agora a “irmã ciumenta” quer saber quem são as profissionais que o cuidaram em Aquidauana. 
 
Neste mês de janeiro, Maria de Lourdes fala que o irmão estava com o sistema digestivo enfraquecido, por conta da medicação, quando entrou em contato com o médico dele. De início, a família foi até um hospital em Anastácio, porém o paciente teve alta médica após alguns dias, só que lá contraiu o vírus H3N2. 
 
“Ele voltou para casa infectado e todos nós pegamos o vírus. Dois dias depois, ele piorou e eu tive que chamar o Samu [Serviço de Atendimento Médico de Urgência]. Eu acho que o meu irmão iria morrer, não fosse o atendimento excelente do médico, que o levou diretamente para um quarto do Hospital Regional de Aquidauana”, disse Maria de Lourdes, também chamada de Malu. 
 
No local, a aposentada conta que explicou todo o histórico do irmão, ressaltando que ele nunca tinha sido internado em um hospital. “Eles me ouviram com muita atenção, fizeram os exames e o resultado era que o Nikinho estava com pneumonia dupla. O exame do H3N2 também foi para Campo Grande e o resultado chegou 3 dias depois, dizendo que ele estava com a doença”, relembrou ao Jornal Midiamax.
 
O paciente então ficou isolado e realizou tomografia, além do exame de Covid. “Esse deu negativo. E aí ele ficou lá em atendimento, recebendo o melhor atendimento possível, com muito cuidado da equipe médica. Só que, em seguida, recebo a notícia de que ele tinha aspirado de novo e precisaria ser levado para a UTI [unidade de Terapia Intensiva]. Eu achando que ele estava bem, que logo ia sair, daí aconteceu tudo novamente”, comentou Wendt. 
 
Assim que ele deu entrada, a aposentada precisou ir para casa e a equipe médica disse que entraria em contato. “Ele precisou ficar isolado de novo e me disseram que o horário de visitas, para saber informações, seria sempre às 16 horas. Eu nunca o deixei sozinho na vida, foi algo estranho, uma sensação horrível, parecia que estava deixando ele para morrer. Eu cuido dele há muito tempo, 12 anos pelo menos”, afirmou. 
 
No entanto, muito pelo contrário, Malu fala que foi acalmada pela equipe médica ao retornar e depois soube do carinho com o irmão dela. “Ele é o nenê da nossa família. Eu tive filhos, netos, mas ainda falamos que o nosso nenê é o Nikinho. Aí fui lá saber notícias dele e a enfermeira toda carinhosa, me levou um café maravilhoso, me deu um abraço e me disse para ter calma. Eu até contei isso pra todo mundo depois”, disse. 
 
No dia 21 de janeiro, quando teve a alta médica, Nikinho até fez charme e gestos de quem não queria voltar para casa. “As enfermeiras, a cada troca de turno, colocavam a sonda e esparadrapo nele, com o nome delas e corações. Essas eu não conheci. Foram extremamente gentis e eu até usei as minhas redes sociais para falar que quero conhecê-las. Falo que fiquei com ciúmes e isso foi uma gozação na família, mas, preciso agradecer o carinho que elas tiveram com ele”, finalizou.
 


› FONTE: Midiamax