Sob ameaça, mata do Parque dos Poderes abriga espécies raras do Cerrado
Publicado em 12/05/2019
Editoria: Região
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul realiza a Audiência Pública “Impactos Ambientais no Complexo do Parque dos Poderes” nesta terça-feira, dia 14, a partir das 19h, no Plenário Julio Maia.
Pressionadas pelo crescimento urbano, as matas remanescentes do Parque dos Poderes – condomínio criado no início da década de 1980 para abrigar as repartições públicas estaduais – são o refúgio de espécies raras da fauna e flora do Cerrado.
Mais de uma centena de espécies de pássaros já foram observados na região, além de répteis e mamíferos de variados tamanhos, desde cutia até anta. A convivência com os frequentadores do parque (servidores públicos em especial) nem sempre é tranquila, porém a pior ameaça é o desmatamento crescente motivado pela expansão de prédios, estacionamentos e novas vias públicas.
“O Complexo do Parque dos Poderes é reduto de uma rica diversidade biológica ameaçada pelo desmatamento. A gente percebe a sensibilidade deste local, a importância do Parque dos Poderes para a conservação destas aves. Por isso, ele tem que ser mantido preservado”, completa.
Audiência
Simone integra – ao lado de outras lideranças da sociedade – o Movimento pela Preservação da Natureza, grupo que se formou com o objetivo de buscar soluções para os graves problemas ambientais que impactam a região do Parque dos Poderes, Parque das Nações Indígenas, Parque do Prosa e Chácaras Cachoeira, mancha verde da cidade conhecida por Complexo do Parque dos Poderes.
O grupo solicitou, por intermédio do deputado estadual Felipe Orro (PSDB), a realização de uma audiência pública na Assembleia Legislativa para a próxima terça-feira (14), quando toda essa temática será abordada. De pronto, o deputado – que é vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia, abraçou a causa. “Temos que nos empenhar na defesa efetiva da fauna, flora e belezas naturais do Complexo do Parque dos Poderes”, disse.
Os integrantes do Movimento afirmam que já existem ferramentas da engenharia que possibilitam soluções imediatas à problemática. Eles listam a necessidade de várias intervenções, mas isso após a realização de um diagnóstico preciso. “A intervenção no Parque deve ser estruturante e sustentável”, afirmou o advogado Lairson Palermo.
Ameaças
O desmatamento do Complexo do Parque dos Poderes coloca em risco toda sua biodiversidade. São mais de 230 espécies de aves que fazem dessas matas seu habitat, entre elas estão o mutum e a jacutinga, vistas com muita frequência. O local também é ponto de parada para aves migratórias, afirmam os ambientalistas.
Além das aves, diversas espécies de mamíferos vivem no Parque, algumas ameaçadas de extinção. “Temos o tamanduá bandeira, a própria anta que a gente já tem registros dentro do Parque dos Poderes, enfim, existe uma riqueza muito significativa e temos que ter um olhar peculiar. Qualquer desmatamento vai ser prejudicial à biodiversidade. Sem falar da qualidade deste ambiente para a comunidade em geral, o conforto térmico que proporciona, o lazer. Portanto, diante de tudo isso a gente tem que pensar uma melhor proteção deste espaço”, enfatiza a bióloga.
Serviço: A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul realiza a Audiência Pública “Impactos Ambientais no Complexo do Parque dos Poderes” nesta terça-feira, dia 14, a partir das 19h, no Plenário Julio Maia. A entrada é franca a todas as pessoas, sem necessidade de inscrição.
Mais informações pelo telefone: 67-3389-6302.
› FONTE: Assessoria