Preço do etanol acompanha alta da gasolina e entra na mira do MP
Publicado em 17/05/2019
Editoria: Região
Preço mínimo encontrado foi de R$ 3,299 e a máxima de R$ 3,999. O valor é 17,58% mais caro que a média nacional
A alta constante no preço do litro do etanol comercializado em Mato Grosso do Sul, acompanhando os reajustes da gasolina, entrou na pauta do Ministério Público. O combustível pode ser encontrado por até R$ 3,99 em postos de combustíveis do Estado.
O procurador de Justiça Rodrigo Stephanini apresentou nesta quinta-feira (16) em reunião dos procuradores do Estado a pauta com questionamentos sobre o valor de o etanol estar acompanhando os reajustes recentes da gasolina.
Segundo o procurador, vários fatores explicam a alta na gasolina, como a variação do dólar, o preço do barril do petróleo, e as relações entre Estados Unidos e China, Coreia do Norte e Venezuela. “É clima de tensão total, isso explica a alta na gasolina que já ocorreu e deve ocorrer ainda mais. O que o etanol tem a ver com isso? O etanol que é produzido aqui?”, cobra o procurador.
Conforme o levantamento realizado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o etanol apresentou alta de 8,24% em Mato Grosso do Sul entre janeiro e maio. No primeiro mês do ano a média de preço foi de R$ 3,325, enquanto neste mês chegou aos R$ 3,599.
Na última semana, o Estado apresentou média de R$ 3,598, com variação de 21,21%. O preço mínimo encontrado foi de R$ 3,299 e a máxima de R$ 3,999. O valor é 17,58% mais caro que a média nacional, de R$ 3,060, e 19,89% acima da região Centro-Oeste, fechado em R$ 3,001.
“A cana-de-açúcar só perde para soja e milho em Mato Grosso do Sul. Na safra 2018/2019, o Estado foi o terceiro maior produtor de etanol do Brasil. Como se explica? Porque o consumidor sul-mato-grossense está pagando tão caro? Não vejo justificativa”, afirma o procurador.
De acordo com o procurador, o Ministério Público investigará o processo desde a produção na usina até o posto de combustível, além da produção e distribuição. “Vamos fomentar a sociedade civil a se mobilizar. Além disso, tem a questão ambiental. O consumo da gasolina é fóssil, enquanto o etanol é fonte renovável de energia”, completa.
O procurador explicou que a demanda foi encaminhada para o procurador Aroldo José de Lima, coordenador do Centro de Apoio das Promotorias de Justiça do Consumidor, que centralizará as informações e possivelmente abrirá inquérito para investigar o caso.
› FONTE: Campo Grande News