Os deputados estaduais debateram na sessão plenária desta quinta-feira (30) o alto índice de estupros às crianças e adolescentes em Mato Grosso do Sul. Professor Rinaldo Modesto (PSDB) subiu à tribuna com reportagem que cinco menores de idade são vítimas de estupro todos os dias no estado e que somente em 2023, já foram confirmados 284 registros de estupros a crianças de até oito anos.
“Se fossem cinco por ano já seria muito. Se essa pessoa viver 100 anos essa ferida nunca vai cicatrizar. Hoje vi um vídeo horrível de um cidadão dentro de um supermercado atrás de uma menina de nove anos, enquanto a mãe olha as gôndolas. Para quem é racional ficamos indignados, a qualquer momento alguém da nossa família pode ser vítima”, disse o deputado que é autor da Lei Estadual 3.707/2009, que institui a Semana Estadual de Combate à Pedofilia.
O parlamentar contou que a reportagem relatou 2.147 registros de estupros em 2021 e 2.013 denúncias em 2022, segundo dados da Secretaria Estadul de Segurança Pública. Até março deste ano, já foram 475 casos. “As mulheres são as que mais denunciam os abusos e os agressores são, em maior parte, aquele que tinha que amar e proteger, que por vezes é o algoz: o pai, padrastro, líder religioso. É difícil de se resolver. A criança que fica ociosa pode ser presa fácil de pedófilo nas ruas. Temos que engrossar o coro quanto ao combate à pedofilia, porque deve ser uma luta de todos nós”, ressaltou Rinaldo.
O deputado Coronel David (PL) concordou e relembrou seu pedido ao poder público em atualizar o Cadastro Estadual de Pedófilos. “Quero cumprimentar pelo pronunciamento. Depois de sancionada a lei a gente ainda tem que ficar lutando para que seja eficiente e atenda as expectativas, de instrumento de defesa da sociedade. Espero a solução, que o cadastro coloque a cara desse pedófilo e que os pais possam formar uma rede de proteção aos seus filhos. Temos que avançar muito nesse tema e proteger ainda mais nossas crianças”, afirmou.
Da mesma forma, o deputado Rafael Tavares (PRTB) também defendeu a criação de um Centro Integrado de Proteção à Criança e ao Adolescente – já debatido em audiência pública, reveja aqui. “Além de implementar um Centro que reúna vários serviços para atender as vítimas, vejo que é importante retratar a origem do problema e dar atenção a outro projeto que está em tramitação na Casa de Leis sobre as músicas em ambiente escolar, que influenciam com conotação sexual, de forma precoce, enaltecem legalização de drogas, enfim, é um reflexo da sociedade e a conta chega. Muito importante tratar isso e não somente atuar depois que acontecem esses crimes, em que crianças e famílias ficam destruídas. Parabéns pela preocupação com a inocência das crianças e os valores da família”, finalizou.
› FONTE: AL MS