Com ações do Estado, Bonito projeta a melhor temporada do turismo
Publicado em 19/05/2019
Editoria: Turismo
Flutuação no Rio Bonito, na Nascente Azul: cardumes de piraputangas, curimbas e piracanjuba - Fotos: Saul Schramm
Flutuação no Rio Bonito, na Nascente Azul: cardumes de piraputangas, curimbas e piracanjuba
Com o Governo do Estado atuando na gestão dos recursos naturais, impondo regras e plano de ação para controle do solo e proteção dos mananciais, e no fomento e divulgação do destino, Bonito se supera aos impactos ambientais que causaram turvamento dos rios Formoso e da Prata e deve bater recorde de visitantes este ano. Nos primeiros quatro meses, o fluxo de turistas já se equipara ao de 2016, a melhor temporada.
Turistas registram as belezas naturais da Gruta do Lago Azul: visita controlada com guias especializados
As alterações na qualidade da água, devido a expansão da agricultura e o excesso de chuvas nos últimos meses, exigiram reação imediata dos órgãos ambientais e de infraestrutura do Estado, com a construção de barreiras de contenção de sedimentos em estradas e medidas conservacionistas do solo na borda dos principais rios. O turvamento da água foi de curta duração e a cidade mantém em operação os seus 50 atrativos em 35 roteiros turísticos.
“Os rios tem turvado muito rapidamente e hoje se encontram limpos, em plenas condições normais de uso e contemplação”, sustenta o secretário de Turismo de Bonito, Augusto Barbosa Mariano. Segundo ele, as reações dos rios não são efeitos apenas da agricultura, mas das alterações climáticas, da expansão urbana, que implicou no aumento do índice de impermeabilidade do solo, e também do crescimento do fluxo de veículos nas estradas.
Augusto ressalta a rápida intervenção do Estado para garantir a sustentabilidade dos recursos hídricos da Serra da Bodoquena e esclarece que o volume de chuvas, nos primeiros meses do ano, também refletiu na qualidade da água dos rios. A média histórica de chuvas no ano, em Bonito, é de 1.800 milímetros, e apenas em fevereiro e abril as precipitações somaram 920 milímetros. “O turvamento é também um fenômeno natural”, completa.
O período é de baixa temporada, mas o ecoturismo continua em alta em Bonito e região, com a atividade não sofrendo as consequências da repercussão da perda do cristalino das águas do Formoso e Prata, entre os rios mais transparentes do mundo. De janeiro a abril, 76.139 turistas brasileiros e estrangeiros visitaram o destino, superando os dois últimos anos e próximo aos 77 mil registrados em 2016, considerado a melhor temporada. Foram 212 mil turistas no ano.
Aventura em alto grau: tirolesa de 400 metros, um dos atrativos, revela a majestosa Serra da Bodoquena
A taxa de ocupação hoteleira, nesses quatro meses, oscilou entre 75% (janeiro) e 45% (fevereiro), com março deste ano superando (51%) 2016 (48%). Quando se compara o total de passeios visitados, de janeiro a abril foram 274.152, enquanto em 2016 registrou-se 266.124. “Estamos caminhando para ser o ano do turismo em Bonito, apesar das notícias sensacionalistas em relação a turbidez das águas”, assinala Augusto Mariano.
Mais produtos na prateleira
Bonito tem controle de visitação, pelo sistema voucher, diferencial para as demais rotas de ecoturismo, sendo eleito 14 vezes o melhor destino do Brasil pelos eleitores da Revista Viagem e Turismo, uma das principais publicações do segmento do país. O destino também ganhou o prêmio de turismo responsável, o World Responsible Tourism Awards, em 2013. Isso é resultado de muito trabalho e comprometimento, envolvendo o trade turístico, município e governo.
Turistas e moradores lotam diariamente o Balneário Municipal: água limpa e cardumes de piraputangas
“O destino tem mostrado aquecimento nesse início do ano, apesar dos problemas evidenciados, e o Governo do Estado continua mantendo uma ação forte e focada junto às operadoras e na rede social para divulgar Bonito e outras regiões”, informou o diretor-presidente da Fundação de Turismo de MS (Fundtur), Bruno Wendling. “Estamos aguardando a reforma no aeroporto local para captarmos novos voos, incremento o fluxo aéreo.”
Inovação e sustentabilidade são investimentos constantes da região turística, além de boas práticas no atendimento ao turista e no relacionamento com a comunidade, destacou o titular da fundação. Bruno Wendling acrescentou que a campanha Visit MS, que divulga o turismo estadual de forma segmentada, tem destacado a região de Bonito, com foco na terceira idade, casais, jovens, família, além do birdwatching e negócios e eventos, como o Bonito Blues & Jazz Festival.
Cidade de 25 mil habitantes, Bonito respira turismo o ano todo: natureza, aventura, gastronomia e eventos
Dentre todos os 50 atrativos de Bonito, que oferece um leque diversificado de opções de contemplação e contato direto com a natureza fantástica da Serra da Bodoquena, a misteriosa Gruta do Lagoa Azul bate recorde de visitação, sendo a primeira no Brasil em números percentuais. O plano de manejo do monumento natural limita em 305 o número de visitas por dia e o atrativo mantém uma média de 80 mil bilhetes comercializados anualmente.
Em 2016, a taxa de ocupação da gruta foi de 74%, chegando a 86% em janeiro, segundo o Observatório do Turismo de Bonito. No mesmo mês em 2018, esse índice atingiu 96%, e neste ano, 88%. Com gestão da prefeitura, o atrativo localiza-se a 20 km do centro da cidade e foi tombada em 1978 pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Em baixa temporada o voucher custa R$ 60,00 e o número de visitantes não é inferior a 200 por dia.
Nascente do Rio Bonito: trilha das tufas calcarias, com a contemplação de cachoeiras durante o percurso
Depois da gruta, os atrativos mais procurados, por ordem, são: balneários, botes, cachoeiras e flutuações. A Pousada Nascente Azul, a 33 km de Bonito, pela MS-178, tem uma estrutura de ponta e inovou com a construção de trilhas com calçamento adaptado para cadeirantes. Ali nasce o Rio Bonito e a flutuação é um espetáculo. O Balneário Municipal, banhado pelo Rio Formoso, tem bons serviços e área de lazer. Na baixa temporada a entrada custa R$ 36,00.
› FONTE: Sílvio de Andrade – Subsecretaria de Comunicação (subcom)