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Audiência Pública da ALEMS debate hoje a eliminação do milho tiguera

Publicado em 11/07/2023 Editoria: Cidade


Atendendo propositura do vice-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), deputado estadual Renato Câmara (MDB), está agendada para a tarde de hoje (11-07) a partir das 13h30, a Audiência Pública: "“Prevenção e Controle do Milho Tiguera nas Propriedades Rurais de MS".
 
O evento, no Plenarinho “Dep. Nelito Câmara”, será realizado pela ALEMS e pelo deputado Renato Câmara, presidente da Comissão Permanente de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, em parcerias com o Sindicato Rural de Dourados, Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho), Aeagran (Associação dos Engenheiros Agrônomos da Grande Dourados), GPP - Grupo Plantio na Palha de Dourados e AEAMS (Associação dos Engenheiros Agrônomos de Mato Grosso do Sul), e apoio da Embrapa.
 
Palestrante da Audiência Pública, o agrônomo Paulo Roberto Garollo abordará, às 14h20 - “Manejo da Cigarrinha do Milho e do Complexo de Enfezamento”. Especialista, há 38 anos trabalhando pela cultura do milho, atualmente na Bayer CROP Science, membro do Grupo Técnico de Especialistas para Cigarrinha do Milho e Complexo Enfezamento na Crop Life Brasil, e representante da Abramilho, ele antecipou informações importantes.
 
Inicialmente, esclareceu que milho guaxo ou tiguera são todos os grãos de milho que acabam ocorrendo, principalmente, nas áreas agrícolas, após a safra do milho e que são perdidos durante o processo de colheita, bem como partes de sabugos com grãos de milho que nascem de forma natural, aleatória, nas áreas agrícolas, enfim, logo após a colheita do milho.
 
Paulo Garollo explicou que é preciso considerar milho tiguera aquele que cai no transporte pós colheita, quando o agricultor colhe e faz o transporte do milho para os armazéns e demais unidades armazenadoras. “Neste transporte ocorrem perdas de grãos pelas estradas, ou até mesmo nas áreas das cidades. Esse milho acaba nascendo em margens de calçadas ou nos canteiros centrais onde normalmente tem grama ou flores. Esse grão do transporte acaba gerando plantas que nascem naturalmente após a vinda da chuva e elas também se constituem como uma planta de milho tiguera”, afirma o especialista. 
 
Segundo ele, muitas vezes esta planta é ignorada por todo mundo, pois, parece ser uma planta inofensiva porque nasceu ali, em terrenos baldios, na calçada. Mas, esse milho também acaba sendo tiguera. Está fora da área agrícola e acaba ficando fora do controle, tanto de agricultores quanto de pessoas. Em municípios onde existem áreas bastantes expressivas do plantio do milho, esta situação ocorre bastante dentro das cidades e nas próprias estradas, principalmente, as vicinais, de terra, onde ocorre muito a germinação deste tipo de planta e que ninguém parece que vê. Como ninguém controla ou arranca essa planta, isso também é tiguera, sobretudo, é fonte hospedeira tanto do inseto quanto dos agentes causais de doenças e de pragas. É muito importante que a gente tenha uma amplitude maior de entender o que é realmente o milho tiguera ou o milho guaxo para fazer o efetivo controle e combate”, salienta Garollo.
 
O especialista da Bayer orienta que uma das ações para diminuir a incidência do milho tiguera é a melhor regulagem na máquina de colheita, evitando não só a perda da produtividade. “Regulagem da colheitadeira é de extrema importância para diminuir a perda de grãos como também de grãos junto com o sabugo, o que dificultaria ainda mais o manejo do milho tiguera. Por isso, a regulagem adequada da máquina de colheita é fundamental para se evitar a ocorrência do milho tiguera. Outra medida, é na hora da carga de caminhões, carregando nos limites de cada caminhão e evitando perdas de grãos pelo transporte, e tomando cuidado para utilizar apenas caminhões que estejam melhor conservados, para evitar buracos que permitiriam a perda também da produção do agricultor, fato que aumentaria a possibilidade da ocorrência futura do milho tiguera”.
 
Paulo reitera que o principal ponto de dificuldade do manejo do milho guaxo é exatamente o grão que cai junto do sabugo. “Na hora de regulagem da colheitadeira, de se fazer o processo de regulagem precisa estar muito bem alinhado com o milho que está sendo colhido, para se evitar este tipo de perda. Tanto do grão solto que é mais fácil depois para o agricultor manejar como também do grão que cai em conjunto ao sabugo do milho. Às vezes a regulagem da máquina não está bem feita, e isso acaba prejudicando porque o milho tiguera acaba nascendo em momentos diferentes. E isso torna o manejo ainda mais dificultoso para o agricultor”.
 
MAIS MANEJO PARA CONTROLAR E COMBATER O MILHO GUAXO
 
Em outra vertente – acrescenta o agrônomo Paulo Garollo - pensando milho tiguera, ações precisam ser tomadas por parte do agricultor, analisando o que nasce dentro dos talhões do produtor, na própria propriedade, na entressafra, ou até mesmo na hora que ele cultiva o soja, considerando que esta sim seria uma oportunidade ímpar de se fazer o manejo, principalmente, utilizando os herbicidas que são registrados para o controle do milho tiguera. 
 
“Normalmente são utilizados os graminicidas que possuem uma boa efetividade no manejo do milho tiguera. O agricultor precisa estar atento para fazer a opção do melhor momento para realizar o manejo do milho tiguera. É recomendado até no máximo quando a planta atingir o estádio fenológico de quatro folhas totalmente expandidas (4v). Por outro lado, quando ocorre a emergência oriunda de grãos de milhos que ficaram fixados em partes de sabugos que se perderam na colheita, então essa emergência é muito desigual em tempo. Neste caso, o agricultor pode fazer uma operação sequencial de manejo com duas aplicações: uma quando se tem uma grande parte do milho já no estádio fenológico de v4. Normalmente neste estágio é utilizado metade da dose total permitida para o graminicida dentro do sistema agrícola, ou, por ciclo de cultura, para se fazer o controle dessas plantas; outra, a segunda aplicação para essa sequência, em face de nova germinação que pode acontecer e, de novo, usando o mesmo critério quando a maioria das plantas estiverem atingindo o estádio fenológico de v4”, antecipou o agrônomo.
 
MAIS PALESTRAS
14h50 – Programa de Enfrentamento do Complexo de Viroses e Enfezamentos no Milho em Mato Grosso do Sul - André Luis Faleiros Lourenção - Pesquisador de Fitotecnia do milho da Fundação MS.
 
15h10 – "Boas práticas para o manejo da cigarrinha no milho de segunda safra"- Crébio José Ávila - Pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste
 
MESA REDONDA
 
15h25- Mesa Redonda / Perguntas – Mediação Governo do Estado Mediador: Representante do Governo do Estado – Semadesc
 
Renato Câmara – deputado propositor da audiência
 
Angelo Cesar Ajala Ximenes - Presidente do Sindicato Rural de Dourados, realizador do evento
 
Paulo Garollo – Agrônomo especialista para a cultura do milho; representante da Abramilho e da Bayer CROP Science
 
Andre Luis Faleiros Lourenção - Pesquisador de Fitotecnia do milho da Fundação MS. Crébio José Ávila - Pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste
 
 
“Buscamos articular e realizaremos esta Audiência Pública em resposta ao pleito que recebemos das lideranças que representam o setor agrícola de Dourados e região. As palestras com técnicos e especialistas darão luz aos encaminhamentos que deveremos fazer no parlamento estadual, sobretudo, buscando auxiliar e, possivelmente, regulamentar ações de controle e combate ao milho tiguera para evitar prejuízos aos agricultores, diminuir a utilização de herbicidas, pensando em produção mais sustentável”, resumiu o deputado Renato Câmara, proponente da Audiência Pública.
 


› FONTE: Assessoria