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Jornalista Sergio Cruz destaca em artigo exclusivo o 'Diário da História"

Publicado em 31/10/2024 Editoria: Arte e Cultura


Nelson Trad - foto divulgação

Nelson Trad - foto divulgação

DIÁRIO DA HISTÓRIA

Efemérides

Pesquisa do jornalista Sergio Cruz, da Academia Sul-mato-grossense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul.

Fatos ocorridos em 30 de outubro

1864 – Coimbra esperando ataque paraguaio

De Corumbá, o comandante da flotilha de Mato Grosso em ofício ao presidente da província, relata a situação de Coimbra, às vésperas do ataque paraguaio ao forte: A 30 do mês findo cheguei aqui de volta do Forte de Coimbra, para onde fui conduzindo o batalhão de artilharia da província.

Provavelmente V. Exa. Terá recebido uma participação circunstanciada do estado daquele forte, assim como de outras diligências procedidas pelo exmo. Sr. Comandante das Armas, que comigo regressou no mesmo dia; todavia direi à V. Exa. que não é satisfatório o estado do dito forte, contudo pode resistir aos navios do Paraguai e defender-se talvez de seus ataques por terra.

O exmo. sr. comandante das Armas determinou alguns melhoramentos e serviços que entende serão de vantagem, e pretende fortificar a antiga posição da Marinha em frente ao mesmo forte, de modo que, cruzando os fogos, se auxiliem mutuamente.
(MAIA, p. 37).

1930 - Nasce em Aquidauana Nelson Trad

Nelson Trad (foto: Divulgação)

Filho de Assaf e Margarida Trad, nasce em Aquidauana, Nelson Trad. Aos 12 anos em Campo Grande, conclui o curso ginasial no Colégio Dom Bosco. Em 1950, no Rio de Janeiro, faz o Científico (ensino médio) no Internato Irmãos Maristas. Em 1953 ingressa na Faculdade de Direito do Catete, destacando-se na política estudantil, com presidente da AME – Associação Mato-grossense de Estudantes, do centro acadêmico de seu curso de Direito e da UME- União Metropolitana de Estudantes.

Concluiu o curso de Direito em 1957 e retornou a Campo Grande, onde passou a atu como advogado criminalista e a dedicar-se às atividades partidárias, como filiado do PTB. Em 1959 elegeu-se vereador e em 1962, venceu a eleição de vice-prefeito de Campo Grande, numa dobradinha com o PSD, de Antônio Mendes Canale. Naquele tempo as eleições para prefeito e vice eram separadas e Nelson Trad superou a votação do titular da chapa.

Cassado em 1964 pelos militares, Nelson Trad voltaria à vida pública em cargo eletivo somente em 1982, quando se elege deputado estadual pelo PDS, reelegendo-se em 1986. Em 1990 vence sua primeira eleição para deputado federal, reelegendo-se sucessivamente até 2006. Em 2010 encerra a carreira política, tendo como sucessor seu filho caçula, Fábio Trad.

Casado com Terezinha Mandetta Trad, seus três filhos, em 2018, estavam em posições de destaque na política do Estado. Nelson Trad Filho, duas vezes prefeito de Campo Grande (2004-2012), elegeu-se Senador da República em 7 de outubro. Fábio Trad, na mesma eleição, reelege-se deputado federal e Marcos Trad, depois da vereança e de dois mandatos de deputado estadual foi prefeito de Campo Grande (eleito em 2016 e 2020) e vereador mais votado em Campo Grande (2024). O neto, Otávio Trad é vereador em Campo Grande. Nelson Trad faleceu em 7 de dezembro de 2011. Sua vida foi retratada pelo jornalista Oscar Ramos Gaspar no livro “Nelson Trad, uma vida pra valer”, de 2018.

1999 – Assassinada a prefeita de Mundo Novo

Dorcelina (Foto: revista In Mundo Novo)

Aos 36 anos é morta a tiros a prefeita de Mundo Novo, Dorcelina de Oliveira Folador (PT). O crime, ocorreu à noite, na varanda de sua casa, no bairro Copagril. Usando uma escada, o assassino ultrapassou o muro e a atingiu com seis disparos, pelas costas. Ligada aos movimentos populares do município, Dorcelina, antes de entrar na política, atuou como repórter junto ao MST, tendo sido ainda comerciante e professora.

Depois de perder duas eleições para a vereança, elegeu-se prefeita no pleito de 1996 e administrou o município com rigorosa observância aos princípios de justiça e moralidade pública, o que veio a contrariar seus opositores e a resultar em sua morte prematura e traiçoeira. (IN MUNDO NOVO, 05/2016).

A Folha de S.Paulo dá detalhes do assassinato: Dorcelina estava sentada na varanda da residência, na rua Marechal Floriano Peixoto, 52, no bairro Copagril, quando foi atingida. Morreu na hora.

O autor dos tiros usou uma pistola automática calibre 380. Para fazer os disparos, ele subiu em uma escada em um terreno vizinho abandonado para transpor um muro de 1,8 metro. Os tiros aconteceram de uma distância de aproximadamente três metros. A polícia não acredita que ele tenha agido sozinho, apesar de ninguém ter testemunha do a fuga dos criminosos.

O marido, Cezar Folador, 44, estava na edícula da casa no momento do assassinato. As filhas, Jéssica Winnye, 8, e Indira Meirieli, 4, vendo televisão. Folador afirmou que, quando ouviu os disparos, correu em direção à mulher, mas já a encontrou morta. Depois, foi até as filhas e telefonou para o irmão, Itamar Folador, avisar a polícia, "porque no desespero eu não lembrava o número".

(FOLHA DE S. PAULO, 31/10/1999).

Acusado por sua morte, numa investigação muito questionada à época, foi condenado a 18 anos de reclusão, Getúlio Machado, que confessou o crime e entregou o mandante, Jusmar Martins da Silva, secretário de Agricultura da prefeitura, nomeado pela vítima, de quem era amigo e correligionário. Pela execução, o pistoleiro confessou que receberia R$ 35.000.

Foram ainda condenados, além do mandante, Valdemir Machado, Ismael Neura e Roldão Teixeira de Carvalho Ao velório de Dorcelina compareceram as mais expressivas lideranças do PT, como o presidente de honra do partido Luis Inácio Lula da Silva e o governador do Estado Zeca do PT.

Entre as homenagens à Dorcelina há um assentamento rural com seu nome em São Gabriel do Oeste e ruas em Mundo Novo e Campo Grande.
 



› FONTE: Sergio Cruz - da Academia Sul-mato-grossense de Letras