Policiais civis cruzam os braços e se dizem decepcionados com Bolsonaro
Publicado em 25/06/2019
Editoria: Polícia
Policiais civis concentraram o protesto em uma tenda em frente a Depac Centro, na rua Padre João Crippa (Foto: Marina Pacheco)
Nas DEPACs (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), delegacias especializadas e DPs (Delegacia de Polícia) de Campo Grande, policiais civis paralisaram as atividades na manhã desta terça-feira (25), em protesto contra a reforma da previdência, que tramita no Congresso Nacional. Para a categoria, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) passou de aposta para decepção.
“Cerca de 90% dos policiais são eleitores do Bolsonaro, que acreditaram que ele ia valorizar a categoria, mas agora há um sentimento de traição com os servidores”, apontou o presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Giancarlo Miranda, durante a concentração do protesto, em uma tenda na Depac Centro, na rua Padre João Crippa.
A categoria pede um tratamento similar entre as forças de segurança. O texto que tramita na Câmara dos deputados, prevê um tratamento diferente entre os policiais e as forças armadas, conforme Giancarlo. A reforma institui a idade mínima de aposentadoria para os policias cíveis em 55 anos e não prevê uma transição dos pensionistas.
“Queremos uma similaridade com as forças armadas que terão um período de transição. Não estamos dizendo que é um privilegio dos militares, mas se tem que fazer o sacrifício, que seja para todos”, defende.
O presidente do sindicato ainda afirma, que a manifestação busca conscientizar a população. “Se essa reforma não der uma aposentadoria digna aos policiais faremos manifestações mais fortes. Não tem como atender bem sendo que não temos garantia do nosso futuro”. completa.
Segundo Giancarlo, a paralisação acontece em todo o Estado e faz parte de uma manifestação nacional convocada pelo Cobrapol (Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis).
Paralisação – Com o protesto dos policiais cíveis, os procedimentos como diligencias foram suspensos. Investigadores da policia civil retomarão as atividades após as 18h. Durante o dia apenas crimes considerados graves e flagrantes serão registrados.
No início do protesto, conforme apurado pela reportagem, todos as demandas foram atendidas, até o registro . Após a primeira hora de manifestação, a paralisação afetou o atendimento, como foi o caso da dona de casa, Agata Lines, 28 anos, que foi registrar um Boletim de Ocorrência de furto, mas foi informada que só vai poder registrar amanhã. “Furtaram a bolsa da minha mãe. Ela não sabe onde. Agora vou embora né? Fazer o que”, disse a mulher.
› FONTE: Campo Grande News