“Não sei o que pensar”, diz mãe que denunciou professora por estupro de filha
Publicado em 13/05/2022
Editoria: Cidade
A empresária de 42 anos perdeu o chão, em março deste ano, quando a filha, de 3 anos, teve comportamento “estranho” durante o banho. Desde então, ela tentava investigar o motivo da menina ter outras atitudes que a mãe considerava suspeitas e quem seria o autor dos abusos contra a filha, caso ela realmente tivesse sido vítima de violência sexual. A verdade é que a mãe queria poder não acreditar que aquilo estava acontecendo.
“Gostaria que isso tudo fosse mentira. Não pedi pra que isso acontecesse pra gente. Não quero de forma alguma prejudicar ninguém. Desde então, eu vinha sozinha passando por isso, porque no começo, eu achava que pudesse ser por conta da separação”, desabafa, explicando que havia se separado do marido.
A mãe, que deu depoimento emocionado, no fim da tarde desta quinta-feira (12), em frente à Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), foi a primeira a levar a suspeita contra uma professora da Escola Mon Petit à polícia. Depois dela, conforme apurado pelo Campo Grande News, outros pais de alunos do colégio de Educação Infantil, localizado no Bairro Santa Fé, em Campo Grande, registraram boletim de ocorrência.
A empresária formalizou a denúncia na segunda-feira (9) e os outros registros foram feitos ontem (11).
Segundo a mãe, a desconfiança de que a filha havia sido abusada sexualmente surgiu quando a menina, durante o banho, chupou o dedo da mulher. “Achei que ela fez isso de forma maliciosa. Eu assustei e na hora, questionei ela, brava. Mas aí percebi que tinha tomado uma atitude errada. Levei ela pro quarto e perguntei: ‘Filha, por que você chupou o dedo da mamãe, quem chupou seu dedo assim?’. Ela falou que foi a professora. Eu até perguntei se não tinha sido “o papai, o vovô” e ela disse que ‘não’”.
A denunciante narra que, ainda durante essa conversa, perguntou o que mais a professora havia feito e a menina respondeu: “Ela enfiou o dedo lá no fundo”. “Fiquei muito nervosa, eu tinha acabado de me separar do meu marido, achei que pudesse ter sido outras pessoas. Levei numa psicóloga para investigar isso e desde então, estou investigando. Levei ao ginecologista. Ela disse que o hímen da minha filha não havia sido rompido, mas que não significa que o abuso não tenha ocorrido.”
A mãe conta também que a menina passou a reclamar de ir à escola, não querer tirar a roupa ou tomar banho e se incomodar ao ser tocada. Mas, foi numa conversa com uma amiga, durante o café da manhã do Dia das Mães no colégio, que ela tomou a decisão de denunciar. “Essa amiga me falou que estavam acontecendo as mesmas coisas com a filha dela, que a filha dela também reclamava de ardência na parte íntima e não queria ir para a escola. E eu ainda achava que pudesse ser coisa da minha cabeça.”
A empresária diz que antes de ir à polícia, procurou a escola, mas não achou que os responsáveis levaram o caso a sério. “Não me trataram mal, mas não me senti acolhida.”.
O que a polícia diz – Sem informar detalhes, a Depca confirmou que investiga denúncias contra uma professora da Mon Petit. A delegada responsável não quis, contudo, revelar o teor dos depoimentos que chegaram à delegacia e a reportagem apurou que são suspeitas de abusos físicos e sexuais.
Mais cedo, Fernanda Mendes, delegada titular da Depca, disse que precisa ouvir mais pessoas – possíveis vítimas (através da escuta especial), funcionários, pais, mães, testemunhas. “É um caso muito sensível”, explicou.
› FONTE: Campo Grande News