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Mãe corre pela mata com filho para fugir de abusos e tiros

Publicado em 27/08/2025 Editoria: Polícia


Mulher de 35 anos sofreu dias de abusos e fugiu com o menino de 6 anos, sob disparos, em Camapuã
 
O que começou como um relacionamento virtual terminou em terror para uma mulher de 35 anos que conheceu um homem de 48 na internet e aceitou se mudar para a fazenda dele em Camapuã. Menos de um mês depois, foi mantida sob controle, violentada e quase morta a tiros. Ela conseguiu escapar apenas ao correr por 40 minutos em meio à mata fechada, com o filho de seis anos nos braços. O suspeito foi preso em flagrante ainda na propriedade.
 
Conforme ocorrência policial, o suspeito custeou a vinda da mulher de Minas Gerais até a fazenda no interior do estado. Logo após a chegada da vítima ao distrito de Pontinha do Cocho, em agosto, o homem passou a mostrar um comportamento controlador: tomou o celular dela sem consentimento, impediu contatos familiares e passou a agir com ciúmes e ameaças. O que parecia ser um novo começo virou prisão psicológica.
 
Poucos dias depois, a situação escalou. Ainda conforme a Polícia Civil, diante da recusa da mulher em manter relações sexuais, o agressor usou armas de fogo para intimidá-la e a obrigou a conjunções carnais. Foram dias de estupro, medo e isolamento.
 
Tentativa de feminicídio - Na tarde de terça-feira (26), ao tentar fugir com o filho, a mulher foi agredida com puxões de cabelo, enforcamento e socos no abdômen. Conseguiu se desvencilhar e correu pelo pasto, mas o suspeito atirou três vezes em sua direção.
 
Mesmo sob risco, decidiu não usar a estrada para não ser perseguida. Correu com a criança em meio à mata fechada por cerca de 40 minutos até encontrar uma fazenda vizinha, onde pediu socorro.
 
Enquanto a vítima buscava ajuda, a PM (Polícia Militar) chegou à propriedade e encontrou o suspeito, que se rendeu sem resistência. Com ele, havia apenas uma munição calibre .22, mas, em diligências posteriores, a Polícia Civil e a PM localizaram uma espingarda artesanal e outras oito munições escondidas.
 
Indiciado por estupro, tentativa de feminicídio, violência psicológica e posse irregular de arma de fogo, o homem segue preso. O delegado Gustavo Detomi pediu a conversão da prisão em preventiva para garantir a ordem pública.
 
A prisão faz parte da Operação Shamar, coordenada pelo Ministério da Justiça e executada no Estado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, que atua no combate à violência contra a mulher.