Captura dos animais era realizada com armadilhas instaladas em um balneário localizado na zona rural da cidade
Equipe da PMA (Polícia Militar Ambiental) de Miranda realizou, nesta sexta-feira (14), a Operação Bocaiúva e desarticulou uma organização criminosa especializada no tráfico de animais silvestres em Bodoquena. Durante a ação, quatro pessoas foram presas e diversos animais, além de materiais usados para a captura, foram apreendidos.
A equipe chegou ao grupo após denúncia indicando a captura ilegal de fauna na região de um balneário na zona rural. No acesso ao local, os policiais abordaram um veículo com quatro ocupantes que demonstraram nervosismo. Durante vistoria, foram encontrados três rádios comunicadores, lanternas, estilingue e cordas. As respostas desencontradas dos suspeitos levantaram ainda mais suspeitas.
Os quatro homens foram levados até o balneário e, no local, os policiais encontraram uma cobra e um lagarto verde presos dentro de galões plásticos de cinco litros, além de duas aranhas-caranguejeiras mantidas em uma caixa de isopor e em outro recipiente plástico.
Em uma caminhonete pronta para o transporte das espécies, foi localizado o animal em situação mais crítica: um filhote de macaco-prego, desnutrido, dentro de uma caixa de transporte. Os militares também apreenderam sete caixas plásticas usadas para transporte de animais de pequeno porte, além de uma gaiola artesanal armada com frutas nativas, descoberta na mata ao redor e utilizada para capturar os animais.
Segundo a PMA, o grupo preso possuía divisão clara de funções, característica de organização criminosa. Havia integrantes responsáveis pela captura, outros pelo financiamento e apoio logístico e outros ainda pelo transporte dos animais até os compradores, que, conforme apurado, seriam dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Os quatro envolvidos receberam voz de prisão em flagrante e foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil de Bodoquena, junto com os veículos e o material apreendido. Pelos crimes ambientais de capturar, caçar, transportar e manter animais silvestres em cativeiro, além de maus-tratos, foi aplicada multa total de R$ 65 mil, dividida em R$ 16.250 para cada um dos autuados.
As aranhas, a cobra e o lagarto, por estarem saudáveis, foram devolvidos ao habitat natural. Já o filhote de macaco-prego foi levado ao Pelotão da PMA de Miranda para atendimento veterinário emergencial e, posteriormente, será encaminhado ao CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande.
› FONTE: Campo Grande News