Índios acusam seguranças por ataque com ferido em área de confronto
Publicado em 13/09/2019
Editoria: Cidade
Índio com ferimento no braço; ONG diz que tiro partiu de seguranças, mas sitiantes e polícia negam versão (Foto: Direto das Ruas)
Seguranças contratados por proprietários de sítios em Dourados, a 233 km de Campo Grande, estão sendo acusados de ferir a tiro um índio durante novo confronto na noite de ontem. A área de conflito fica entre a Aldeia Bororó e a Avenida Guaicurus, na região oeste do município.
De acordo com a ONG “Coletivo Terra Vermelha”, o ataque teria ocorrido em um desses sítios. Desde o ano passado, o clima é de tensão no local pela presença de grupos indígenas que tentam ocupar as propriedades.
São pelo menos 30 sítios ameaçados de ocupação. Os proprietários afirmam terem títulos das terras e que as áreas nunca foram objeto de estudo como possível território indígena.
A ONG denuncia que os seguranças teriam queimado barracos, disparados tiros e rojões e ameaçado verbalmente os índios. “Muitas mulheres e crianças viveram horas de terror”, afirma o Terra Vermelha, em nota publicada em redes sociais. Fotos e vídeo que circulam em grupos do aplicativo WhatsApp mostram um homem com ferimento perto do ombro esquerdo (veja abaixo).
A Polícia Militar afirma não ter conhecimento do suposto ataque por parte dos seguranças e diz que o índio ferido, identificado como Adilson Benites, 62, alega ter sido atingido no quintal de sua casa, na aldeia Bororó, fora da área de confronto.
Conforme a ocorrência da PM, o chamado sobre o índio ferido ocorreu por volta de 21h30 de ontem. Policiais militares e bombeiros foram ao local. Genro do ferido informou aos policiais que Adilson Benites estava no terreno da casa quando foi atingido no braço esquerdo, “não sabendo relatar de qual direção veio o disparo, nem identificar possível autor”. Ele foi levado para o Hospital da Vida.
Sitiantes ouvidos pelo Campo Grande News rebatem a denúncia e afirmam que os índios estão armados e ameaçando os moradores do local. A reportagem teve acesso a dois boletins de ocorrência, registrados pelos proprietários Giovanni Jolando Marques e Allan Christian Kruger, denunciando supostas ameaças feitas pelos índios e homens armados, circulando próximo das propriedades.
› FONTE: Campo Grande News